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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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Civil é um despota, e um D. Juan?... Meu caro amigo, todo o homem gosta que, por opposição politica, lhe chamem despota e D. Juan. Você imagina que elle se affligiu? Ficou simplesmente babádo!

O fidalgo murmurou, inquieto:

— Sim! Mas as allusões á bigodeira, á guedelha...

— Oh! Gonçalinho! Bellos cabellos annellados, bellos bigodes torcidos, não são defeitos de que um macho se envergonhe... Pelo contrario! Todas as mulheres admiram. Você pensa que ridicularisou o Cavalleiro? Não! annunciou simplesmente ás madamas e meninas, que lêem a Gazeta do Porto, a existencia d’um mocetão esplendido que é Governador Civil d’Oliveira.

E parando de novo (por que defronte, na esquina, luziam as duas janellas abertas da sua casa), o Administrador estendeu o dedo firme para um conselho supremo:

— Gonçalo Mendes Ramires, você ámanhã manda buscar a parelha do Torto, salta para a sua caleche, corre á cidade, entra pelo Governo Civil de braços abertos, e grita sem outro prologo: — «André, o que lá vae, lá vae, venham essas costellas! E como o circulo está vago, venha tambem esse circulo!» — E você, dentro de cinco ou seis semanas, é o Snr. Deputado