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PREFACIO.
XIX

amor dos adolescentes, o primeiro beijo dos quinze annos! Levem o canto melodioso dos passaros, o murmurio das florestas e a profunda tristeza dos crepusculos á beira-mar! Levem tudo, tudo! não deixem, sequer o echo da ultima canção que embalava um berço; não deixem a derradeira lagrima chorada sobre um tumulo; não deixem sequer a aza de uma gaivota cortando a monotonia das aguas, ou a pequenina e esquecida vela, perdida nos limbos do horisonte, fugindo para além, como a nota extrema e saudosa da propria poesia que desfallece e morre!

Querem fazer da terra um lameiro vil, nauseabundo ? Pois então que nos arranquem a alma e convertam-nos o coração em machina de julgar e não de sentir.

A Mortalha de Alzira é um livro consciencioso; é um estudo lancinante das dôres mais profundas que póde comportar o coração humano.

Aquelles que o não comprehenderem, e não o sentirem, e não o amarem, ai