Escapando-se pelo interior, foi abrir a janelinha ao Anselmo, que usurpava essa noite o domínio dos gatos.
— Sempre vos meteis em boas!... disse o taberneiro, a modo de consolação. Até que um dia vos leve o demo à breca.
— Deixai-me cá!... tornou o outro carrancudo. Cada qual tem seu embeleco; e o meu é aquela maldita rapariga!...
— Ah! o caso é esse?... Cuidei mais sério! E perder-se uma noite como esta que veio mesmo ao pintar!... Podia já estar o negócio adiantado...
— Não digo que não; mas ainda se pode remediar.
— Pode, pode, se não houver detença. Aí tendes com que matar a sede e forrar o estômago. Aviai e a caminho! O negro deve estar mais que farto de esperar.
Anselmo estava soturno, lembrando o que lhe acontecera; tinha poucas palavras e nenhuma fome. Virou a malga de vinho, e tomando a um canto o arcabuz de mestre Brás e um punhal, disse:
— Dai aviso aos outros; por mim estou aviado.
— Onde achais que vos esperem?