Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/31

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abandonarem a outros a direção da consciência daquela menina.

— Por que motivo assim pensa o P. Molina?

— Li algures, P. Inácio, que as mulheres governam metade dos homens; e essa metade governa a outra. Quem tivesse o poder de dirigir a consciência desse ente frágil, dominaria o mundo!

— É possível que tenha razão!

— Diga-me; essa menina já não tem mãe?

— Tem-na; porém enferma de uma paralisia.

— É filha única?

— Não; ali está o irmão, D. José de Aguilar; é o segundo cavaleiro de escarlate.

— Vejo! A casta de homem que é esse D. José?

— Dizem ser dado ao jogo e perdulário. Segue a milícia; é alferes do piquete do governador.

— Despachado por D. Diogo de Menezes?

— Pelo próprio.

— Ah! murmurou o P. Molina.

— De que se admira?

— De coisa alguma. Repare o P. Inácio quanto o governador se enleva com a prática daquela menina.

— Quase não dá atenção ao mais.