Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/52

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Então foi a vez de Inesita estremecer pela vida de Estácio, ameaçada a cada momento por seu irmão, cuja espada brilhando à luz das tochas semelhava nos rápidos volteios uma língua de fogo, e parecia, ora embeber-se no peito do moço, ora lamber-lhe o rosto.

Estácio não se alterou:

— Guardai-vos melhor, sr. alferes! dizia ele ao adversário desviando-lhe os botes.

— Curai de vós e não de mim, respondeu D. José, furioso.

— Pois me dais mais cuidado em não ferir-vos, que em defender-me, como quereis que faça? Pareceis ter antes em mente matar-vos a vós, que a mim mesmo!

De repente a espada do alferes, retraindo-se como uma cobra, distendeu-se com velocidade espantosa, e ia tocar o coração do seu adversário, quando a lâmina de Estácio vibrou com o rasgo que lhe imprimiu a mão ágil, e enleou-se na outra, atirando-a ao longe, e deixando desarmado o alferes que rugia de raiva e humilhação.

O moço ergueu a arma; tomando-a pela ponta, apresentou-