Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/79

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em que o tinha preso o toque suave das mãos mimosas.

— Agora podeis ir-vos a casa repousar. As feridas não vos doerão tanto, disse Joaninha.

— Não são estas as que mais me doem; outra tenho, e bem funda, que sangra como nenhuma.

— Para essa não lhe sei o remédio, replicou a rapariga sorrindo.

— Sabeis-lo; mas não quereis dá-lo!

— Que o quisesse, não podia.

— Basta já de negaças, Joaninha. Tanto há que me trazeis assim neste embeleco! Por São Tibúrcio, meu divino patrono, que se não pondes termo a isto, a coisa acaba mal.

— Escutai cá, Tiburcino. Já vos disse o que podia dizer, não mais. Tenho eu culpa de me quererdes mau grado meu?... Fazei o que vos aprouver; porém mal aconselhado anda quem pensa ganhar a vontade de alguém com tais abafas.

— Não vos enquizileis, por quem sois, Joaninha de minha alma! Ninguém me tira de que sou um néscio e um sandeu! Não sei que faço; mas tende dó de mim; dizei-me ao menos que se me não dais esperança, também a outro...

— Oh! lá isso é demais, sô Tiburcino! Cada um tem