Página:As Minas de Prata (Volume III).djvu/115

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uma clareira, onde sem dúvida tinham dado combate. Estavam ali duas filas de ossadas, que os urubus tinham limpado, e uns trapos de roupas. Espetando com a ponta da espada levantei uma coisa, à feição de cobra. Mas não era. Vedes esta cinta?

Dizendo isto o rapaz desatacou uma cinta que trazia, tecida com finas malhas de aço, formando interiormente duas bolsas. Os outros a examinaram.

— Pois era isso; com a diferença de estar recheada...

— De boas coroas?

— Hupa!... Tinha dentro umas folhas de pergaminho a modo de um livro de rol. Pus-me a olhar aquelas letras vermelhas graúdas, como boi para palácio, quando sinto uma voz dizer atrás de mim: Roteiro. Era D. Diogo; tomou-me o rolo, esteve lá resmungando, e acabou por guardá-lo no peito do jaleco.

— Que tal o mano! E era fidalgo!

— Não tínheis a vossa espada ao lado? disse o aventureiro.

O rapaz levantou os ombros:

— Um homem contra cinquenta!...

— Ainda que foram cem!