conselho, senhora; quero eu dar-vos um que não me pedistes.
— Mais por isso o agradecerei.
— Guardai melhor vosso ouro, e fiai menos de escravos. A terra esconde bem, é verdade, porém não há chave nem ferrolho que a feche, pelo que abre-se em qualquer parte.
— Deste lado estou segura. O segredo só eu o sei.
— Cuidais isso? E se vos eu disser que o tesouro está enterrado ali, no oratório...
— Quem vo-lo revelou?... perguntou Dulce espavorida.
— E que a esta hora estão abrindo uma mina por baixo da vossa recâmera pela qual se há de escoar o vosso ouro?
— Deus meu! Como sabeis tudo isto? Quem pode ter maquinado uma maldade igual, a não ser a gente maldita, que veio ao mundo para meu mal!...
— Não paguem inocentes por pecadores. Aplicai o sentido; não ouvis um bater surdo que vem do chão?
— Sim, agora ouço! Vem dali!
— Pois são eles que cavam.
— Eles quem?