Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/245

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o menor trato com o indivíduo, que ele decidira imolar como holocausto, necessário à sua liberdade. O carcereiro tomando o silêncio obstinado do preso pelo amuo e desespero mudo dos primeiros dias, não insistiu, nem se zangou: renovou a ração d’água e de comida, juntando dessa vez à broa um caldo de ervas.

— Aí fica a vossa ração. Às trindades quando voltar, espero achar-vos mais resignado com a sorte. No fim de contas o diabo não é tão feio como se pinta!...

Estácio, embora voltado, não perdeu um dos movimentos do carcereiro; observou sobretudo qual das chaves da correia era a do cárcere, a fim de não excitar desconfiança experimentando outras. Apenas a porta foi de novo fechada, correu a ela e aplicando o ouvido à fresta da soleira ouviu as passadas do carcereiro que se afastavam para a direita; e logo depois o ranger da chave na fechadura de um cárcere vizinho. Alguns instantes decorridos, voltaram os passos pesados, repassaram junto à porta, e afastando para a esquerda, foram subindo até de todo se apagarem.

— Pela esquerda!... É o que eu pensava!...

Então o moço concentrando