Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/200

Wikisource, a biblioteca livre

Ficando sós, o fidalgo interrogou Estácio acerca de sua família; o mancebo contou-lhe da sua história o que dizia respeito aos seus estudos no Colégio da Bahia, e ao roteiro das minas de prata, inclusive sua temerária empresa contra os holandeses e a viagem ao Rio de Janeiro.

Quando Estácio terminou, o fidalgo estendeu-lhe a mão com fervor.

— Desejo a vossa amizade, mancebo! Sois um digno e valente coração! Me recordais um amigo, que perdi há cinco anos.

O fidalgo lembrou-se de Álvaro:

— Já não me resta a menor dúvida; nem quero outra prova além da vossa palavra. É passado o quarto de hora; vou restituir-vos o que vos pertence.

D. Diogo abriu o armário e buscou o embrulho lacrado; já ali não estava; o tampo de madeira, cerrado em círculo e outra vez colocado no seu lugar, explicou logo o desaparecimento do papel.

O fidalgo rugiu de indignação.

— Eu compreendo!... exclamou Estácio.

— Foi o maldito padre!