um cavalheiro rico de haveres e nobreza.
— Costumam embalar com esses contos de fada as crianças. Muito estranho, pois, que tenhais vindo para tal fim a uma casa respeitável.
— Não duvidareis do que vos digo, senhor, quando souberdes que o segredo das minas de prata, que tão fatal foi a meu pai, e que se julgava perdido, acha-se em meu poder!...
— Ah!
— Um miserável o tinha roubado, mas não conseguiu lográ-lo. Depois de mil vicissitudes foi-me restituído. Brevemente o depositarei nas mãos de El-Rei, e o prêmio desse serviço, junto a um nome honrado e a uma mão leal, peço-vos permissão, senhor, para depor aos pés de vossa filha, a mui nobre Senhora D. Inês de Aguilar.
O fidalgo sorriu de compaixão.
— Minha filha está prometida!
— Não acaba D. Fernando de Ataíde de vos desligar de vossa promessa?
D. Francisco rugou o sobrolho:
— Já o sabíeis?... Há porém engano de vossa parte. D. Fernando de Ataíde solicitou de mim que o desligasse da sua palavra e eu consenti,