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O CASAMENTO DO NARIZINHO

bem casadinhos. Palmas romperam, e gritos, e hurrahs. Narizinho estava princeza, finalmente!

Restava a coroação. O venerando Bernardo pronunciou outras palavras sacramentaes e concluiu pedindo a corôa.

Mas... que é da corôa? Havia desapparecido...

— A corôa sumiu! murmurou o fidalgo que segurava a salva de escamas, mais pallido que uma folha de papel. Alguem furtou a corôa!...

— Miseravel! rugiu o principe tomado de subito accesso de colera. Como deixou perder-se a mais rica joia do meu thesouro? e avançou para o pobre fidalgo de sceptro erguido.

Foi um rebolico. A côrte debandou apavorada, porque todos sabiam que quando o principe surrava alguem com o sceptro era signal de fim de mundo, peor que tempestade em alto mar.

Narizinho e seus companheiros acharam que era melhor debandarem tambem. Sahiram correndo e chegaram pingando ao sitio de dona Benta.

Assim que pararam para tomar folego, Emilia voltou-se para a menina, e disse:

— Eu vi, Narizinho! Juro que vi! Foi Rabicó quem comeu a corôa!.

E tinha sido mesmo...