gados na mocha. Por fim mostrou desejos de a levar para o reino.
— Impossivel, principe! respondeu Narizinho muito pezarosa. Em primeiro lugar, a mocha é de vóvó e vóvó não deixa; em segundo lugar, beberia tanta agua do mar pelo caminho que o leite ficaria salgado.
— Que pena! Esta senhora faria um grande successo na minha côrte.
Emilia metteu o bedelho outra vez.
— Aposto que dona Benta deixa! disse ella. Aposto que se o principe der uma boa baleia em troca, dona Benta deixa. As baleias tambem dão leite.
A menina poz as mãos na cintura.
— E onde vóvó iria botar essa baleia? perguntou muito séria.
— Aqui na cocheira, ora essa! Se a mocha pode morar aqui porque a baleia não poderia? Em que a tal baleia é melhor que a mocha, diga?
Narizinho enjoou-se tanto da burrice da Emilia que a enfiou de cabeça para baixo no bolso do avental.
Justamente nesse instante a vacca deu um mugido. O principe, que não esperava por aquillo, cahiu para traz com o susto.
— Coitadinho do meu maridinho! exclamou a menina precipitando-se para erguel-o. Não precisa assustar-se assim, bobo. A mocha dá esses berros só de brincadeira — e ajudou-o a arrumar diversar escamas que haviam sahido do lugar.
O principe, entretanto, não quiz mais saber de historias. Pallido ainda do susto, pediu para voltar para casa.
— Soffro do coração, explicou, e se ella berra outra vez sou capaz de ter um desmaio. Vamos embora...
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