ratos. Tinha que sahir, mas como? Sahir era cahir nagua e morrer afogado. Como resolver o problema?
— Muito simples, disse Emilia. Era só fazer uma canoinha e entrar nella e sahir remando...
— Cala a bocca, Emilia! interveio Narizinho. Quem está contando a historia é o gato Felix e não você.
O gato continuou:
— O caso era difficilimo, e eu estava a pensar nelle quando vi entrar no estomago da féra uma enorme isca com anzol dentro. Mais que depressa fisguei o anzol, bem fisgado, na paquéra do monstro.
Assim que elle sentiu a dor da fisgada, poz-se a corcovear como um burro bravo que domador está amansando. Corcoveou, corcoveou, corcoveou até que não poude mais e foi morrendo.
Passou-se meia hora sem acontecer nada. O tubarão estava bem morto e já começando a esfriar. Nisto vi uma restea de luz e uma ponta de faca apparecendo. Encolhi-me bem encolhido para me livrar da faca e comprehendi que estavam abrindo a barriga do peixe. Não esperei por mais. Dei um pulo para fóra e cahi no meio dum grupo de marinheiros, bem dentro dum navio!...
Os marinheiros ficaram assombradissimos de verem sahir um gato vivo da barriga de um peixe e só sossegaram quando lhes contei toda a minha historia. O capitão olhou para mim, alisou as barbas e disse:
"Para onde pretende ir? Meu navio está de rumo para a Inglaterra e poderei desembarcar você lá.
— "Muito obrigado, respondi. Mas o paiz que eu procuro não é esse.
— "Será a França?
— "Não!
— "Será a Allemanha? a Suecia? a Turquia? a Arabia? a Patagonia?