do no doce mais gostoso do mundo! Comeu, comeu, comeu quanto quiz e quanto mais comia, mais sobrava. E voltou para a casa pulando de alegria e palitando os dentes.
A má madrasta percebeu a felicidade da pastorinha e disse:
— "Hum! Estou vendo que você comeu alguma coisa gostosa!
— "Não comi nada! respondeu a coitadinha tremendo de medo. Só comi o pão que a senhora me deu.
A madrasta agarrou nella e cheirou-lhe a bocca e ficou furiosa e disse:
— "Sua bocca está cheirando ao doce mais gostoso do mundo, e como me enganou, vou matar você.
E foi buscar a faca da cozinha, que era deste tamanho!
A pastorinha, sabendo que ia morrer, poz-se a rezar e disse lá no fundo do coração:
— "Pobre encantado, que transformaste o pão bolorento em doce, soccorre-me!
Nem bem acabou de dizer isso, a porta se abriu e o pobre entrou.
— "Esconde-te, disse-lhe a pastorinha, que “ella" vem vindo com uma faca deste tamanho!
O pobre escondeu-se atraz dum armario e logo depois a madrasta entrou com o facão. Entrou e disse:
— "Reze depressa, que vae morrer.
— "Não me mate! disse a pastorinha, tremendo como varas verdes. Não me mate, porque estou innocente!
Mas a má madrasta não quiz saber de nada e avançou para a coitadinha com a faca erguida. E a faca foi descendo sobre o peito da victima e a ponta já ia encostando nas suas carnes, quando o pobre veio por traz da madrasta e agarrou-a pelo pulso.
— "Miseravel! exclamou elle. Quem merecia morrer eras tu, mas vou te virar num horrendo sapo de cidade.
Nesse ponto Narizinho a interrompeu.