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CARA DE CORUJA

varios murros na porta, ameaçando de se casar com todas aquellas princezas.

Emilia perdeu a paciencia; botou a boquinha no buraco da fechadura e berrou:

— Pois case, se for capaz! Mando Pé de Vento te ventar para os confins do Judas. Vá pintar essas barbas que é o melhor, sêo cara de coruja!

Barba Azul virou as costas e lá se foi, furioso da vida, resmungando como negra velha.

Logo em seguida chegou Aladino, recebido com grandes festas. Todos queriam ver a sua lampada maravilhosa e seu anel magico. Emilia perdeu a vergonha, chegando a pedir que lhe désse a lampada.

— Não seja tão pidonha assim, Emilia! advertiu a menina puxando-a de lado.

— Não é dada que eu quero, Narizinho. E' emprestada; depois a entrego outra vez.

Aladino era um bello rapaz. As princezas o rodearam de tantas festas que os principes, seus maridos, haviam de ficar com ciumes, se estivessem presentes.

Depois veio o Gato de Botas. Narizinho e Emilia aproveitaram a occasião para lhe contar toda a historia do falso gato Felix, que se impingiu como cincoentaneto delle.

— Mentira cynica! disse o Gato de Botas. Nunca me casei. Não tenho nem filho, quanto mais cincoentaneto!

O Pequeno Pollegar veio cochichar ao ouvido delle alguma coisa — com certeza a respeito da tal conspiração contra dona Carocha. Emilia bem que apurou o ouvido para ver se pescava alguma coisa, mas foi inutil.

Nisto Cinderella bateu na testa, exclamando muito assustada:

— Céus! Deixei minha varinha de condão em cima do criado-mudo! E' capaz dalgum máu genio apparecer por lá e furtal-a...

Immediatamente o Gato de Botas e Pequeno Pollegar