zinho de soccar sal. Boa occasião para virar o visconde em pilão! Ao menos fica servindo para alguma coisa.
Approvada a idéa, a princeza da varinha bateu nelle, dizendo:
— Vira que vira, vira que vira, vira virando, vira pilão!
Immediatamente o visconde virou num pilãozinho novo, exactamente como tia Nastacia queria. Emilia foi leval-o á cozinha. A negra ficou assombrada. Depois disse:
Mas eu não tenho coragem de soccar sal nesse pilãozinho! Pégo a imaginar que já foi visconde e fico com dó. Em todo o caso, diga a dona Cinderella que agradeço muito o lindo presente, ouviu?
E guardou o pilãozinho numa prateleira, resmungando:
— O mundo está perdido!... Quando eu havia de pensar que o visconde ia acabar assim? Não valemos nada nesta vida! Quando chega a hora de virar, pode ser rei, pode ser visconde, a gente vira mesmo — e ainda é bom quando vira em pilão...
Na sala de baile estavam todos brincando de virar. Cinderella batia com a varinha de condão e virava tudo que lhe pediam. Emilia trouxe todos os seus brinquedos para os fazer virar em outros brinquedos ainda mais bonitos. Depois sentiu saudades dos brinquedos velhos e os fez desvirar novamente.
E estavam ainda nessa brincadeira quando ouviram na porta uma batida exquisita, muito differente das outras. As princezas assustaram-se.
— Parece batida de lobo! disse Capinha Vermelha indo espiar pelo buraco da fechadura.
— E é lobo mesmo! exclamou de lá, arregalando os olhos de pavor. E' justamente o malvado que comeu vóvó!...
Foi uma correria. Narizinho procurou acalmar as princezas.
— Não pode ser, disse ella. O lobo que comeu a avó de