nuto e está dentro. Veja se acha um geito de nos salvar, visconde!...
Mal a menina acabara de pronunciar essas palavras, o lobo arrancou uma taboa e enfiou o focinho no buraco, farejando o ar.
— Hum! hum!... Estou sentindo cheiro de avó de gente... disse elle.
Era demais. Narizinho desmaiou. Vendo aquillo, as princezas desmaiaram tambem. Emilia ficou na sala sozinha com o visconde.
— Vamos, visconde! gritava ella. Faça alguma coisa! Mexa-se!...
Mas o visconde não sahia do lugar, e só então Emilia percebeu que tinha virado visconde só da cintura para cima, continuando pilão da cintura para baixo. Com a pressa e o nervoso Cinderella só havia dado nelle meia varada..
— E agora? exclamou Emilia coçando a cabeça e pensando lá comsigo se valeria a pena desmaiar tambem. E talvez fizesse isso, se o lobo naquelle instante não arrancasse mais uma taboa e não enfiasse para dentro da sala quasi meio corpo.
Vendo que o monstro entrava mesmo, Emilia berrou com todas as forças dos seus pulmões:
— Acuda, tia Nastacia! O lobo está entrando de verdade e vae comer dona Benta...
Ouvindo o berro, a negra veio lá da cozinha com a vassoura e num instante espantou dalli a fera com umas boas vassouradas no focinho.
— Lobo ordinario! gritou ella. Vá prear no matto, que é o melhor. Dona Benta nunca foi quitute para os teus bicos, cão sarnento!...
— Bravos! exclamou Emilia batendo palmas. A senhora é tão valente que até merece se casar com o passaro Roca.
A preta só disse:
— Em vez de estar ahi a dizer bobagens antes venha