tado! disse a vespa, fugindo da mão da menina para pousar num galho de arvore. Estou vendo que você sabe onde está o alfinete e não quer me contar.
Fazdeconta chegou-se ao ouvido da menina e cochichou:
— Não caia nessa! Não conte! Você lá sabe se ella merece? Com fadas é preciso muitas cautelas, porque se algumas são anjos de bondade, outras são más como bruxas.
— Estou ouvindo tudo! disse a vespa lá do galho, furiosa. E para castigo vou dar uma ferrotoada bem venenosa na ponta do nariz dessa menina má. Esperem ahi!...
E começou a inchar, a inchar até ficar do tamanho d'uma enorme aranha caranguejeira. E arreganhou os terriveis ferrões e lançou-se contra a menina.
— Acuda, Fazdeconta! berrou Narizinho, fechando os olhos. Sabia que o melhor meio de escapar dos grandes perigos era fechar os olhos, bem fechados, como a gente faz nos sonhos quando sonha que está cahindo num precipicio.
Fazdeconta collocou-se de um pulo entre a vespa e a menina, prompto a sacrificar a vida em defeza desta. O boneco era feio, mas tinha a alma heroica. E como estivesse desarmado, puxou do prego que prendia sua cabeça ao corpo, como se fosse espada, e fazendo delle uma terrivel arma, investiu contra a vespa. Ao fazer isso, porem, sua cabeça cahiu por terra, rolou morro abaixo e foi mergulhar — tchibum! — no ribeirão.
A vespa assustou-se ao vêr tão estranha creatura avançar para ella, de prego em punho, e sem cabeça. Assustou-se e — zunnn! — desappareceu no ar.
— Prompto? perguntou a menina sempre de olhos fechados.
Ninguem respondeu.
— Ella ainda está ahi? perguntou de novo.
Ninguem respondeu.
Narizinho foi então entreabrindo os olhos, com muito