Página:Atravez do Brazil (1923).pdf/101

Wikisource, a biblioteca livre

— Já lhe mostro!

Dirigiram-se para o telheiro. Juvêncio arranjou um bom fogo, numa trempe formada por três pedras. Pediu ao vendeiro uma panela, e ferveu dentro dela uma porção de água. Deitou na água algumas colheres de pó e café, e deixou a mistura repousar. O pó depositou-se no fundo da panela, e o café, servido na caneca, foi saboreado, com grandes elogios, pelos viajantes, que já a esse tempo tinham comido a carne e a farinha.

De repente, Carlos exclamou:

— Que cheiro de enxofre!

— É naturalmente, algum formigueiro que estão destruindo, perto, — explicou Juvêncio.

Foram ver, e acharam um homem, agachado, junto da abertura do formigueiro, injetando nele com o auxílio de um fole a fumarada do enxofre.

Era uma hora da tarde. Continuaram a marcha mas logo adiante tiveram de parar. Chegaram a um braço de rio, não muito largo, mas profundo, atravessado por uma ponte de madeira. A ponte estava tomada por um carro de bois. O carreiro instigava os bois, dando gritos, e metendo-lhes a ponta da aguilhada; mas o carro não podia galgar uma diferença de nível, que havia entre o caminho e o tabuleiro da ponte. Juvêncio ofereceu-se para ajudar o carreiro: tangeram juntos os bois, e safaram o carro.

O homem, vendo que Alfredo ia fatigado, propôs-lhe que se acomodasse sobre o carro. O menino, contentíssimo, empoleirou-se sobre a lenha. Fizeram assim uma légua, gastando quase três horas, pela lentidão com que marchavam os