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— Vai, já te disse! É ali! — continuou, apontando uma casa que se via bem distinta, na encosta, defronte do ponto em que estavam.

Partiu a rapariga, e, dez minutos depois, estava de volta, com uma cuia de farinha. Mas, ao mesmo tempo que ela descia, por um lado, descia, pelo outro, o dono da venda, que, mal chegou à distância de ser ouvido, gritou:

— Olá! Rapaz! Que estás fazendo aí! — perguntou o vendeiro ao Juvêncio.

— Lavando umas roupas, e apanhando umas piabanhas, enquanto as roupas coram ao sol...

— Mas os teus companheiros não podem fazer isso sem o teu auxílio?

— Podem... Porque pergunta?

— Porque preciso de alguém que me leve já uma carta aqui adiante, ao arraial do Riachinho, no caminho de Vila Nova, e bem me podias prestar esse serviço, ganhando alguma cousa.

— A carta tem resposta?

— Não.

Juvêncio piscou um olho para Carlos, e respondeu ao vendeiro:

— Não há dúvida. Prepare a sua carta, que irei levá-la agora mesmo. E fique descansando que não há de queixar-se do portador!

Assim que o homem se afastou, o rapaz disse aos companheiros:

— Um negócio magnífico, hem?

— Por quê? — interrogou Carlos.

— Por que teremos de passar inevitavelmente por esse arraial, e, assim, aproveito a ocasião para ganhar algum dinheiro.