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XXXVI. PRESO...

— Não sou ladrão! — continuava Juvêncio.

— Deveras? — dizia o sujeito, com ironia.

— Juro que não sou ladrão! Nem conheço aqueles homens! Nem sou daqui!

Ouviu-se um tropel de cavalos, e reapareceram os dois cavaleiros, que tinham partido em perseguição dos ladrões.

— Os salteadores fugiram; internaram-se pelo mato! — gritou um deles, ainda de longe.

— E que é do cavalo, que eles levavam pelo cabresto? — perguntou o que ficara com Juvêncio.

— Disparou, e não o vimos mais.

— Bem! Enfim, sempre apanhamos um dos patifes, e o coronel há de ficar contente!

Juvêncio estremeceu, ouvindo isso. Sabia bem quanto é terrível, às vezes, a gente do sertão: voltando-se para o homem que acabava de falar, — um sujeito gordo, barbado, já meio idoso, — disse com voz firme:

— Juro ainda uma vez que não sou ladrão, e que não conheço aqueles homens!

— Sim? E então como se explica que o tenhamos