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LI. O ENGENHO

Trancoso, o negociante e os visitantes, transpondo a porteira do pasto, abandonaram a estrada real, que passava à esquerda, e dirigiram-se logo para o lado oposto, que era justamente o lado da bagaceira, e onde o movimento era maior. Costearam o engenho pela parte de baixo. Esta face era meio fechada por uma parede baixa, de dois metros de altura; no canto, à esquerda, somente, a parede se elevava até o teto. Por cima da meia parede, viam-se os bustos suarentos de quatro homens, movendo-se por entre nuvens de uma fumaça esbranquiçada, que se derramava para todos os lados.

— Aqui estão as caldeiras e os tachos em que se cozinha o açúcar. Esta fumaça vem do caldo de cana fervendo... — comentou Juvêncio.

Ao dobrar o canto da direita, em baixo, notaram com espanto os dois meninos uma ribanceira que ia dar a um fosso, no fundo do qual um preto robusto bracejava, movendo grossos toros de lenha; viram também, na parede que se levantava em face dele, uma larga abertura mostrando o interior incandescente de uma fornalha.