Página:Atravez do Brazil (1923).pdf/70

Wikisource, a biblioteca livre

Quando enfrentou com a lancha, a pequena embarcação aproximou-se um pouco, e parou.

— Você vem do Juazeiro? — perguntou o comandante.

— Venho, sim.

— Que há de novo por lá?

— Nada... Ah! É verdade! Conheceu um doutor, um engenheiro que estava doente em Petrolina?

Ouvindo isso, Carlos e Alfredo puseram-se de pé, ansiosos...

— Não... — disse o comandante. — porque pergunta?

— Esse engenheiro morreu, coitado! Enterrou-se ontem em Juazeiro...

Ouviram-se dois gritos, e depois um soluçar agoniado. Os dois meninos choravam abraçados, confundindo as suas lágrimas. O comandante e os tripulantes da lancha, compreendendo tudo, olhavam comovidos aquela cena horrível... E o resto da viagem foi triste, tão triste como se ali fosse realmente um cadáver.

Duas horas depois, a lancha aportava em Juazeiro. Tontos, sem saber para onde iriam, tão alucinados de dor que nem podiam ter uma idéia. Carlos e Alfredo desembarcaram como dois autômatos ... Andaram sem destino, mudos, aterrados e foram ter ao cemitério. Pediram que lhes mostrassem a cova em que o engenheiro fora na véspera enterrado, e ficaram ajoelhados junto dela, chorando longamente...