forço, ergueu-se nos cotovelos e pôde olhar para o ceu. De fato, as nuvens dispersavam-se, o que lhe trouxe um grande alento de esperança.
Afinal as canoas alcançaram a terra. Os indios desembarcaram, como na vespera, dizendo que no dia seguinte chegariam á taba.
Assim foi. Pela manhã partiram de novo, remaram o dia inteiro e às ave-marias alcançaram a taba de Ubatuba.
Entraram por uma praia perto da qual se viam as mulheres índias lidando numa roça de mandioca.
Ao passar por elas Hans foi obrigado a gritar-lhes:
— “Eis a vossa comida que vem chegando !”
Pedrinho riu-se, dizendo :
— Assim mesmo, vóvó, os indios não deixavam de ter a sua graça...
— Para nós, hoje, meu filho; naquele momento o misero Hans não achou graça nenhuma, nem você a acharia se estivesse em seu lugar.
As mulheres deixaram a roça e vieram rodeá-lo, cheias de curiosidade. Pela primeira vez viam um bipede implume, louro, de olhos azues e cara vermelha como presunto.
Os homens entregaram-lhes o prisioneiro, antes de irem para as cabanas guardar as armas e repousar. Então as mulheres, entoando os cantos que usavam quando iam devorar um inimigo, conduziram-no até á caiçara, ou cercado de paus a pique que fechava a taba. Pelo caminho foram-lhe dando bofetões e arrancando-lhe punhados de barba.