lar de conchas brancas, de umas seis braças de comprimento. Depois sentou-se de novo e perguntou por que motivo Hans atirara contra eles na Bertioga.
O prisioneiro respondeu:
— "Os portugueses me puseram á força no forte e me obrigaram a atirar".
— "Mas tu és pero, o francês o disse; tu não entendes a lingua dele".
Hans, aflito, respondeu:
— "Sim, é verdade que a não entendo bem; estive muito tempo fóra da terra dos franceses e esqueci a lingua. Mas não sou pero".
Cunhambebe sorriu com incredulidade e disse:
— "Já comi cinco portugueses e todos mentiram”.
Hans estremeceu ao ouvir tais palavras, perdendo a pouca esperança de salvar-se que ainda tinha.
Cunhambebe continuou, perguntando o que os portugueses diziam dele e se o temiam.
— "Sim, respondeu Hans, falam muito de ti e das guerras que lhes costumas fazer; porisso fortificam melhor a Bertioga".
O morubixaba radarguiu :
— "Hei de caçá-los a todos, como os de Ubatuba caçaram a ti".
Hans acrescentou :
— “Teus verdadeiros inimigos são os tupiniquins, os quais preparam vinte e cinco canoas para atacar tua gente".
— "Havemos de vencê-los e devorá-los a todos", foi a resposta do chefe, que se regozijava dos muitos indios e peros que havia comido.