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XIV; seguimos o texto de Leite de Vasconcellos, da Vanguarda, n.º 39. Ha uma outra versão nos Portugueze folktales, de Consiglieri Pedroso, n.º XI. Este mesmo conto é commum á tradição hespanhola com o titulo El Castillo de irás y no volverás, em Maspons y Labros, Rondellayres y quentos populares catalans, Serie I, n.º 5; acha-se tambem na collecção de Fernan Caballero, com o titulo Los cavalleros del pez. Nos Contes populaires lorrains, de Emm. Cosquin, as versões francezas tem os titulos Le fils du Pecheur e Les dons des trois animaux. Apparece uma versão italiana na Fiabe, Novelle e Raconti popolari siciliani, n.º 16, de G. Pittré. Apparece uma versão servia, intitulada Bash Chalek, na trad. ingleza de M.me Mijatovies Serbian-Folk-lore. Reinhold Köhler, nas suas notas aos Awarische Texte, de Schiefner, n.º IV, onde compara o conto dos Cunhados animaes.


49. Desanda cacheira. — Nos Contos populares portuguezes, n.º XXIV, vem uma versão de Coimbra. Nos Estudos da Edade media, p. 70, publicámos pela primeira vez este conto com uma redacção artificial. Acha-se na tradição allemã: A meza, o burro e o bastão maravilhoso. (Contes choisis, de Grimm, trad. Baudry, p. 155.) Gubernatis traz uma variante italiana nas Novelline di Santo Stephano. (Rev. des deux mondes, pag. 145, Nov. de 1877.) No conto XI da collecção esthoniana, resumida por Gubernatis, a cacheira que desanda por si, é interpretada como a expressão mythica do raio. (Myth. zoologique, t. I, p. 174.) Sobre estes talismans da toalha que dá de comer, ha nos Contos dos pastores slavos, de Chodzko, O Anão e o tapete volante. Brueyre, nos Contes populaires de la Grande Bretagne, falla nos episodios fundamentaes d'este conto: A bolsa sempre cheia de dinheiro, é uma fórma do Asno mija-dinheiro, da Pata dos ovos de ouro, dos Cinco reis eternos do Judeu Errante. A toalha cheia de iguarias, é figurada na mythologia antiga pelo côrno de Amalthea, ou