Página:Contos amazonicos.djvu/84

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ao passeio, sentiu intensa alegria.

Lourenço esteve adorável de paixão e de sentimento, e a afilhada do Álvaro Bento contou uma hora de completa felicidade no meio de tantas amarguras. Apesar de cercados pela vigilância suspeitosa de amigos e parentes, conseguiram encontrar-se a sós por um momento, sob a copa frondosa de um taperabá, à beira do rio. Lourenço perguntou o motivo da tristeza que todos lhe notavam, foi terno, solícito e amante. Disse que era a moça mais formosa da vila, e que no Pará, mesmo naquela grande cidade, tão rica em mulheres bonitas, jamais viu formosura igual. Que o seu maior desejo era possuí-la toda para si, porque a amava como nunca poderia amar e morreria, certamente, se não fosse correspondido.

- E a Lucinda? - perguntou a moça radiante de amor e de felicidade.

A Lucinda era uma tola à custa de quem gostava de divertir-se. Só a Mariquinha amava, só de Mariquinha sentia separar-se, quando se esgotasse o tempo da licença e tivesse de voltar a tomar o seu lugar na alfândega.