Página:Da Asia de João de Barros e de Diogo de Couto v01.djvu/104

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mar eftas vozes por íonlio, íe juntamente com ellas naquella cfcuridacie da noite náo fentíram que os noíTos lhe punham as mãos afperamente pêra es prender. E porém al′guns delles, dado que o medo lhe quebraCfe a oufadia, a dor do mal que recebiam lhe fazia acudir, defendendo-fe com fua coragem, a qual lhe manifeftava as armas de páo, pedra, dentes, e unhas, porque tudo alli fervia. E como o negocio era feito áquellas horas, nifto erami conhecidos huns dos outros, andarem elles nus, e os noíTos veílidos; e que a batalha não foíTc crua, todavia foi perigofa por fer em tal tempo; e fe os noíTos não falláram, e bradaram em_ final de quem eram, fempre huns dos outros receberam damino. E prouve a Deos que todo perigo cahio fobre os Mouros, porque ficaram logo alli eftirados três, e cativaram dez. E dos mortos lium delles matou Nuno Triílao com grande perigo de fua peíToa, vindo a braços; porque como o Mouro era nervudo, e forçofo, e tinha ventage na luta por andar mi, fcnao foram as armas, fempre Nuno Triílao padecera mal. E outro, que também fe houve esforçadamente nefte negocio, foi hum Gom.es Vinagre moço da Gamara do!nfante, em que mofcrou quem depois havia de fer, íTom a qual vitoria fc tornaram pêra os na- vios