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DA FRANÇA AO JAPÃO
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Algumas horas de viagem dista Macáo de Hong-Kong, esta interessante visita á antiga cidade portugueza se fez com toda commodidade em grandes paquetes americanos, que são empregados exclusivamente neste serviço.

Macáo foi uma das mais ricas cidades da Asia; era o verdadeiro emporio do commercio portuguez com o Japão: hoje, em completa decadencia, esta antiga rival de Gôa apenas apresenta um interesse historico.

A antiga possessão portugueza foi concedida pelo Imperador Khang-Hi que quiz, assim, reconhecer os relevantes serviços prestados pelos filhos da antiga luzitania contra os piratas Chang-Silau e Hoang-Tchin, que assolavão as costas meridionaes da China.

Partindo de Lampassau, os portuguezes apenas chegarão á Macáo, tratarão de edificar casas e igrejas, e depois de fortificarem os limites da concessão, organisarão um governo regular que sob a direcção do da metropole curasse dos interesses da cidade e da segurança de seus habitantes.

A concessão comprehendia um pequeno terreno que se estende em isthmo na parte oriental da ilha, de Negão-Men.

O governo chinez reservou para si a outra parte da ilha, que mandou fortificar, e onde sempre conservou agentes intelligentes encarregados de fiscalisar a politica dos portuguezes.

Á nenhum estrangeiro era permittido, sem incorrer em severas penas, franquear os limites da cidade europea; entretanto, foi facultado aos chins penetrarem e residirem na concessão.

Emquanto durou o commercio do Japão, Macáo floresceu e mesmo gosou dos esplendores da riqueza; porém, posteriormente a decadencia do predominio portuguez na Asia, os hollandezes e os inglezes, ciosos da prosperidade da cidade portugueza, tratárão de obter a franquia do porto de Cantão, que recebendo, desde então, os navios das companhias das Indias Orientaes causou a ruina do commercio de Macáo.

Á este facto, já muito significativo, reunirão-se outros de