LUIZ - A sua simpatia por mim vai até desmentir as minhas asserções?
PEDRO ALVES - Isso não é discutir. Deveras, não faz a corte à nossa interessante vizinha?
LUIZ - Não, as minhas atenções para com ela não passam de uma retribuição a que, como homem delicado, não me poderia furtar.
PEDRO ALVES - Pois eu faço.
LUIZ - Seja-lhe para bem! Mas a que vem isso?
PEDRO ALVES - A coisa alguma. Desde que me afiança não ter a menor intenção oculta nas suas atenções, a explicação está dada. Quanto a mim, faço-lhe a corte e digo-o bem alto. Apresento-me candidato ao seu coração e para isso mostro títulos valiosos. Dirão que sou presumido; podem dizer o que quiser.
LUIZ - Desculpe a curiosidade: quais são esses títulos?
PEDRO ALVES - A posição que a fortuna me dá, um físico que pode-se chamar belo, uma coragem capaz de afrontar todos os muros