Página:Desencantos - phantasia dramatica.djvu/39

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PEDRO ALVES - Ou por outra, e mais positivamente, V. Excia. mostrou-lhe que acabou o reinado das baladas e da pasmaceira, para dar lugar ao império dos homens de juízo e dos espíritos sólidos.

LUIZ - V. Excia. toma então o partido que me é adverso!

CLARA - Eu não tomo partido nenhum.

LUIZ - Entretanto, abriu brecha aos assaltos do Sr. Pedro Alves, que se compraz em mostrar-se espírito sólido e homem de juízo.

PEDRO ALVES - E de muito juízo. Pensa que eu adoto o seu sistema de fantasia, e por assim dizer, de choradeira? Nada. o meu sistema é absolutamente oposto; emprego os meios bruscos por serem os que estão de acordo com o verdadeiro sentimento. Os da minha têmpera são assim.

LUIZ - E o caso é que são felizes.

PEDRO ALVES - Muito felizes. Temos boas armas e manejamo-las bem. Chame a isso toleima e presunção, pouco nos importa; é preciso que os vencidos tenham um desafogo.

CLARA (a Luiz de Melo) - O que diz a isto?