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Villa Viçosa de Portugal; membro do instituto historico e geographico brazileiro, Escreveu:

Compendio da obra da Riqueza das nações de Adam Smith, traduzida do original inglez. Rio de Janeiro, 1811-1812, 3 vols. — E' dedicado ao principe regente.

Juizo critico sobre a obra intitulada « Histoire des relations commerciales entre la France et le Brésil, par Horace Say » publicada em Pariz em 1839 — E' escripta com J. D. d'Ataide Moncorvo, e sahiu na Revista do instituto historico, tomo 1°, pags. 32 e seguintes.

Jose da Silva Lisboa, Visconde de Cayrú: memoria lida na sassão do mesmo instituto de 24 de agosto de 1839 — e publicada na dita revista, tomo 1°. pags. 238 e seguintes.

Biographia de Balthazar da Silva Lisboa, tio do autor — Acha-se na revista mencionada, tomo 2.°

Notas feitas ao capitulo da obra sobre a vida de mr. Caning, que diz respeito aos negocios do Brazil, e de que fôra incumbido pelo instituto historico — Fez a leitura deste escripto nas sessões de 24 de outubro e 21 de novembro de 1851.

Consta que este autor deixara outras obras — ineditas.


Bento Teixeira Pinto — Natural de Pernambuco e nascido, segundo me parece, entre os annos de 1540 e 1545, mas nunca em 1580, como disse o conselheiro J, M. Pereira da Silva no seu Plutarco brazileiro, publicado em 1843, tomo 1°, pag. 26, porque cinco annos antes desta éra, já se representavam em sua terra natal dramas de sua composição ; falleceu, não em 1600, como disse o bacharel L, Marcondes, porque em 1607 voltava elle de uma segunda viagem que fizera á Europa, mas muitos annos depois desta data, porque ainda escrevia obras em 1618.

Na ordem chronologica foi elle o primero dos escriptores brazileiros, de que ha noticia, e por isso serve de ponto de partida na litteratura do Brazil, como se exprimem Ferdinand Denis no seu Resume de l'histoire du Brésil, e o doutor D, J. Gonçalves de Magalhães no seu artigo Litteratura brazileira, publicado no jornal dos debates politicos o litterarios.

Foi amigo muito dedicado de Jorge do Albuquerque Coelho, o segundo filho do primeiro donatario da capitania de Olinda (Vide Jorge de Albuquerque Coelho) ; embarcou com este para Lisboa, em 1565, na nau Santo Antonio e com elle soffreu com grande coragem e resignação, não só os crueis effeitos da tormenta que os sorprendeu na viagem, e do aprizionamento e pilhagem, de que foram victimas, como tambem os do naufragio da mesma nau. Depois de ter estado em Lisboa algum tempo, veiu ao Rio de janeiro e d'aqui passou a Pernambuco, onde serviu o logar de cobrador dos dizimos e dirigiu em 1591 uma expedição contra os indios potigoarás par occasião de um assalto destes indios nas matas de pau-brazil, onde mataram alguns colonos ; entregou-se depois á agricultura sendo proprietario de um engenho de assucar, ensaiando o plantio e