tornando logo ao sarcasmo : E você no altar, mettido na alva, com a capa de ouro por cima, cantando... Pater noster...
Ah! como eu sinto não ser um poeta romantico para dizer que isto era um duello de ironias! Contaria os meus botes e os della, a graça de um e a promptidão de outro, e o sangue correndo, e o furor na alma, até ao meu golpe final que foi este :
— Pois, sim, Capitú, você ouvirá a minha missa nova, mas com uma condição.
Ao que ella respondeu :
— Vossa Reverendissima póde falar.
— Promette uma cousa?
— Que é?
— Diga se promette.
— Não sabendo o que é, não prometto.
— A falar verdade são duas cousas, continuei eu, por haver-me acudido outra ideia.
— Duas? Diga quaes são.
— A primeira é que só se ha de confessar commigo, para eu lhe dar a penitencia e a absolvição. A segunda é que...
— A primeira está promettida, disse ella vendo-me hesitar, e accrescentou que esperava a segunda.
Palavra que me custou, e antes não me chegasse a sair da boca; não ouviria o que ouvi, e não escreveria aqui uma cousa que vae talvez achar incredulos.
— A segunda... sim... é que... Promette-me que seja eu o padre que case você?
— Que me case? disse ella um tanto commovida.