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XCIII

Um amigo por um defuncto.

Quanto á outra pessoa que teve a força obliterativa, foi o meu collega Escobar que no domingo, antes do meio dia, veiu ter a Matacavallos. Um amigo suppria assim um defuncto, e tal amigo que durante cerca de cinco minutos esteve com a minha mão entre as suas, como se me não visse desde longos mezes.

— Você janta commigo, Escobar?

— Vim para isto mesmo.

Minha mãe agradeceu-lhe a amizade que me tinha, e elle respondeu com muita polidez, ainda que um tanto atado, como se carecesse de palavra prompta. Já viste que não era assim, a palavra obedecia-lhe, mas o homem não é sempre o mesmo em todos os instantes. O que elle disse, em resumo, foi que me estimava pelas minhas boas qualidades e aprimorada educação; no seminario to