Página:Eneida Brazileira.djvu/305

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Cala a diva morada, o ar summo cala,
Nos eixos treme a terra, amaina o pégo,
Zephyros socegando: «Ouvi-me, e n’alma
A sentença imprimi. Já que he defeso
105Teucros e Ausonios congraçar, nem finda
Vossa discordia, esperançoso corra
Seus fados cada qual, desde hoje trato
Sem differença a Rutulo ou Dardanio;
Quer á Hesperia nocivo ature o assedio,
110Quer por êrro de agouro em mal de Troia,
Jogado o lanço foi: rei justo ás partes,
Jupiter os destinos não desliga;
Estes rumo acharão.» Pela do estygio
Irmão picea torrente e negro abysmo
115Jura, e ao nuto estremece o Olympo todo.
Fecha o concílio: ergueu-se do aureo throno;
E ao limiar os deuses o acompanham.
Insta o Rutulo emtanto á roda e ás portas,
Mata, incendeia, estraga. Atêm-se aos vallos
120A encerrada legião, sem mais refúgio:
Rara os muros coroa, e as tôrres altas
Ah! mal guarnece. Á testa Asio Imbracides,
Os Assaracos dous, o Hicetaonio
Thymetes, e Castor e o velho Thymbris
125Estam; mais Claro e Hemon da nobre Lycia,
De Sarpédon germanos. Gran’ penedo,
Viva lasca do monte, Acmon Lyrnessio
Deita ás costas, e iguala a seu pae Clycio
E a Mnestheu seu irmão no esfôrço e arrôjo.
130Com zagaias, com pedras se defendem;
Remessam fogo, ao nervo adaptam settas.
Da Cypria ancia e cuidado, alli no meio
Brilha sem casco o bello adolescente;
Na cerviz lactea o crino desparzido,
135Molle círculo de ouro o ata e apanha: