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Bem vinda sejas ó terra,
Minha terra primorosa,
Despe as galas — que vaidosa
Ante mim queres mostrar:
Mesmo simples tens fulgores,
Os teus montes tem primores,
Que ás vezes fallam de amores
A quem os sabe adorar!

Navega pois, meu madeiro
Nestas aguas d’esmeraldas,
Vae junto do monte ás faldas
Nessas praias a brilhar!
Vae mirar a natureza,
Da minha terra a belleza ,
Que é singella, e sem fereza
Nesses plainos d’alem-mar!

De leite o mar, — eis desponta
Lá na extrema do horizonte,
Entre as vagas — alto monte
Da minha terra natal;
É pobre, — mas tão formosa
Em alcantis primorosa,
Quando brilha radiosa,
No mundo não tem igual!