Página:Helena.djvu/155

Wikisource, a biblioteca livre

— Não recuará?

— Não.

— Irá pedi-la hoje mesmo?

— A ela.

— A ela e ao pai.

— Ao pai escreverei uma carta.

— Pois seja uma carta! Contanto que acabe com isso. O casamento será...

— Quando convier ao Dr. Camargo.

— Antes do fim do mês.

— Tão cedo!

— Dou-lhe mês e meio. Nem uma hora mais! Estou morta por vê-los casados, tanto por você como por ela, coitada! que o ama tanto...

— Crês? perguntou vivamente Estácio.

— Se creio! Posso afirmá-lo. Não será amor como você quisera que fosse, mas é o amor que ela lhe pode dar, e é muito... Está dito! Palavra?

Estácio estendeu silenciosamente a mão, que Helena apertou.

— Vou confiar todo o meu destino à cabeça mais leve do universo, disse Estácio, com os olhos fitos no chão. Não é de seu coração que me queixo; mas de seu espírito, que nunca deixou as roupas da infância. Demais, à medida que me aproximo da hora solene, sinto que me repugna o estado