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Panchito não tirava os olhos do velho ceibo enfeitado com algumas flores muito vermelhas nos ramos mais vivos. Tão velho e ainda gaiteiro.

— Parece bem perto do fim, papai. Eu, se fosse a municipalidade, deixava-o cair e plantava um novo. Para que conservar velharias assim?

Dom Francisco riu-se da impaciência juvenil.

— Por essa teoria, meu filho, nós velhos estaríamos condenados. Felizmente não é assim. Todos os seres têm o direito de viver suas vidas até o fim. É nos velhos, como teu avô, que estão a experiência e a sabedoria da vida, e é nas velhas árvores, como este ceibo, que estão a beleza e a poesia dos parques. Se aparecesse por aqui um pintor com sua caixa de tintas, que árvores iria ele pintar: esta aqui, velhinha, ou aquela ali, tão nova que não terá mais de um ano de idade?

— Oh, esta papai! Aquela nem cara de árvore tem, parece ainda "muda". Não é pintável.

— Realmente. Ainda não tem nenhum pitoresco. Sabe o que quer dizer pitoresco?