e de Quevedo; todos faziam versos e tudo se escrevia em verso ; a nação parecia um vasto Parnaso. Abundam na Fenix Renascida no Postilhão d'Apollo e n'outras collecções impressas ou manuscriptas as provas do que dizemos.
São numerosas as poesias que temos colligido, concernentes á machina volante. E quem sabe as que se perderam e quantas virão ainda a apparecer? Todas ellas ridiculisam mais ou menos pungentemente a Bartholomeu Lourenço, o Voador. Nem admira que isto assim fosse em Portugal no principio do seculo passado, succedendo o mesmo em França oitenta annos depois a diversos aeronautas, e até a quem lá applicou primeiro que todos a força do vapôr á navegação, ao marquez de Jouffroy que alcunharam de Jouffroy la Pompe[1].
Entrámos em duvida se publicariamos ou não as poesias que se seguem destituidas, como são, de todo o merito e sem ministrarem mais que vagas allusões ao invento de que tractamos. Decidimo-nos a dar-lhes, ainda assim publicidade, não só como testemuoho geral e irrecusavel do facto, mas tambem por conterem alguns elementos que poderão aproveitar áquelles que, mais minuciosamente de que nós, quizerem traçar a biographia do auctor da machina volante.
Icaro de baêta tonsurado
Andarim do diaphano elemento
- ↑ Cahiu em tal descredito o marquez de Jouffroy, por causa de suas experiencias, que na côrte de Versailles não se fallava d'elle senão como do fidalgo provinciano que embarcava nos rios bombas movidas por fogo ; do louco, que pretendia combinar o fogo com a agua etc.