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D. CATARINA - A vossa consciência.

CAMINHA - Deixai em paz os que dormem. Quereis que vos prometa alguma coisa? Uma só coisa prometo; não contar a vosso pai o que se passou. Mas, se por denúncia ou desconfiança, for interrogado por ele, então lhe direi tudo. E duas vezes farei bem: - não faltarei à verdade, que é dever de cavaleiro; e depois... chorareis lágrimas de sangue; e eu prefiro ver-vos chorar a ver-vos sorrir. A vossa angústia será a minha consolação. Onde falecerdes de pura saudade, ai me glorificarei eu. Chamai-me agora perverso, se o quereis; eu respondo que vos amo, e que não tenho outra virtude. (Vai a sair, encontra-se com D. Francisca de Aragão; corteja-a e sai.)

CENA XI

D. CATARINA DE ATAÍDE, D. FRANCISCA DE ARAGÃO

D. FRANCISCA - Vai afrontado o nosso poeta. Que terá ele? (Reparando em D. Catarina.) Que tendes vós? Que foi?

D. CATARINA - Tudo sabe.