Página:Macunaíma (1928).pdf/206

Wikisource, a biblioteca livre

então comeu as sanduíches os abacaxis e bebeu o licor de butiá.

Os dois sovados passaram a noite se lastimando. No outro dia Jiguê enfarado pegou na sarabatana e saiu pra ver si encontrava a tal de fruteira. Jiguê era muito bobo. Suzí viu êle sair, enxugou os olhos e falou pro namorado:

— Choremos não.

Então Macunaíma desamarrou a cara e se arranjou pra ir falar com mano Maanape. Jiguê de volta na pensão perguntou pra Suzí:

— Onde anda o heroi?

Porêm ela estava zangadissima e principiou assobiando. Então Jiguê agarrou no porrete, se chegou prá companheira e disse muito triste:

— Vai embora, perdição!

D'aí ela sorriu feliz. Catou sem contar todos os piolhos que restavam e eram muitos piolhos, atrelou-os a uma cadeira-de-balanço, sentou nela, os piolhos pularam e Suzí foi pro céu virada na estrêla que pula. É uma zelação.

O heroi nem bem viu Maanape de longe pegou se lastimando. Se atirou nos braços do mano e contou uma historiada bem triste provando que Jiguê não tinha razão nenhuma pra sova-lo tanto. Maanape ficou zangado e foi falar com Jiguê. Mas Jiguê também já vinha pra falar com Maanape. Se encontraram no corredor. Maanape contou pra Jiguê e Jiguê contou pra Maanape. Então êles veri-