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nhado de formigas-de-fogo nos olhos dela e enquanto a garça gritava de cega êle saiu do buraco com a princesa e escafederam outra vez. Perto de Santo Antonio do Mato Grosso toparam com uma bananeira e estavam morrendo de fome. Macunaíma falou pra princesa:

— Assobe, come as verdes que são boas e atira as amarelas pra mim.

Ela fez. O heroi se fartou enquanto a princesa dançava de cólicas pra êle apreciar. Oibê já vinha chegando e eles desataram o punho da rede outra vez.

Depois de correrem mais legua e meia enfim chegaram num firme pontudo do Araguaia. Porêm a igarité estava abicada bem mais pra baixo na outra margem com Maanape Jiguê a linda Iriquí, todos êsses companheiros dormindo. Macunaíma olhou pra trás. Oibê quasi ali. Então botou o furabolo na goela pela última vez, fez cosquinha e alojou a pacuera nagua. A pacuera virou num periantã muito fofo de ervas. Macunaíma botou a gaiola com geito no fofo, atirou a princesa lá e dando um arranco na margem com o pé afastou da praia o periantã que as águas levaram. Oibê chegou mas os fugitivos iam longe. Então o minhocão que era um lobisomem famoso principiou tremelicando e ganindo muito foi encurtando encurtando tremelicando criou rabo e virou cachorro-do-mato. Escancarou a goela desencantada e saiu da barriga dele uma barboleta azul. Era alma de