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Entrou na casa. Maanape desceu da árvore desesperado. Quando ia pra seguir atrás do defunto mano topou com a formiguinha sarará chamada Cambgique. A sarará perguntou:

— O que você faz por aqui, parceiro!

— Vou atrás do gigante que matou meu mano.

— Vou também.

Então Cambgique sugou todo sangue do herói, esparramado no chão e nos ramos e sugando sempre as gotas do caminho foi mostrando o rasto pra Maanape.

Entraram na casa atravessaram o hol e a sala de jantar, passaram pela copa saíram no terraço do lado e pararam na frente do porão. Maanape acendeu uma tocha de jutaí e puderam descer a escadinha negra. Bem na porta da adega rastejava a última gota de sangue. A porta estava fechada. Maanape coçou o nariz e perguntou pra Cambgique:

— E agora!

Então veio por debaixo da porta o carrapato Zlezlegue e perguntou pra Maanape:

— Agora o quê, parceiro?

— Vou atrás do gigante que matou meu mano.

Zlezlegue falou:

— Está bom. Então fecha o olho, parceiro. Maanape fechou.

— Abre o olho, parceiro.

Maanape abriu e o carrapato Zlezlegue tinha virado numa chave yale, Maanape ergueu a chave