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de 1755 tomar conta d'aquella villa, com jurisdição completa, para adoptar as providencias necessarias[1].

E nesse calamitoso periodo, e antes e depois, e sempre, de engenheiros militares se valeu o governo para os serviços da maior responsabilidade.

De tres engenheiros, encarregados em 1761 da demarcação das quatro leguas exclusivas do districto concedido á Companhia da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, á roda da cidade do Porto, temos noticia: são o sargento-mor de infantaria e engenharia Francisco Xavier do Rego, e os seus ajudantes, e o tenente Adão Wencelao Hetsk e Francisco Pinheiro da Cunha. Por curiosidade reproduziremos adeante o resultado d'essa demarcação, que em manuscrito se conserva na Academia Real das Sciencias de Lisboa[2].

E de quantos outros não poderiamos dar aqui informação. De grande numero d'elles daremos noticia na nossa Historia da Engenharia Militar.

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Quando, das ruinas d'esse horrivel terremoto, a energica vontade do Marquês de Pombal fez erguer, alinhada, garrida e bella, a nova cidade, os engenheiros militares foram os auxiliares principaes d'essa vontade de ferro. O engenheiro-mor Manuel da Maia e os seus officiaes dirigiram e executaram as principaes obras.

Por decreto de 29 de novembro de 1755 era ordenado que «os Ministros, que se achavam encarregados na inspecção de cada um dos bairros da

  1. Providencias sobre o terramoto de Lisboa, p. 131
  2. Collecção Trigoso, tomo 16, p. 116 — Vide Doc. E.