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mais uma iniquidade. O homem não prescinde das influencias do amor, em todos os seus aspectos e expressões.

Casto ou impuro, grosseiro ou elevado, só por aberração ou debilidade vive sem o procurar. ¿Julga-o exclusivo seu? Mas a natureza estabeleceu-o igualmente para ambos. E o preconceito que o con- dena, representa uma monstruosa aberração.

Possuia a vitima d'essa mentira as condições que dispõem as correntes de simpatia, nas quais se gera o amor. Re- negava-lh'as, porém, o direito de as es- treitar essa monstruosa força convencional. Era um simbolo. E como tal lhe eram proíbidos os elementos em que a natureza humana faz consistir a felicidade, realizando a expansão simultanea da personalidade espiritual e fisica e a justa aspiração de realizar o exito na vida material.

Muitas opiniões hão-de agitar-se em sentidos opostos para julgar o caso que me serviu de tese. As correntes do catolicismo imporiam resignação passiva e cega obediencia ao dominio conjugal, quer ele represente razão ou arbitrariedade. Da mesma forma os preceitos minoseis-