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administrativos ao soberano do ménage, eu tenho sofrido amargamente. Uma força, porém, me fortificou : a confiança no meu instinto; e uma consolação meu deu coragem: a luz da minha consciência exclusivamente dedicada á causa sagrada da humanidade.

D'esta fórma se explica o meu gesto oferecendo-vos este trabalho insignificante mas sincero.

¿Que direito tenho eu para realizar esse gesto? O direito do reconhecimento que conduz as vitimas junto do seu advogado. E ainda o direito das leis naturais que atraem os espíritos precursores através da transmissão dos pensamentos, irmanando as suas ideias n'uma só e generosa aspiração. Hoje a minha alma, o meu coração, o meu espirito, a minha consciência, são raios de fé alentados pelo martírio e pela convicção de que existem poucas mulheres aptas para exteriorizar sugestivamente os seus pensamentos, e trabalhar activamente pela libertação do seu sexo.

Ao presente o meu sonho condensa-se no desejo de comunicar o fogo ardente das minhas aspirações libertadoras a todos os espíritos, a todas as almas de élite,