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CAPITULO XCIII

 
O jantar
 

Que supplicio que foi o jantar! Felizmente, Sabina fez-me sentar ao pé da filha do Damasceno, uma D. Eulalia, ou mais familiarmente Nhã-lóló, moça bem graciosa, um tanto acanhada a principio, mas só a principio. Faltava-lhe elegancia, mas compensava-a com os olhos, que eram soberbos e só tinham o defeito de se não arrancarem de mim, excepto quando desciam ao prato; mas Nhã-lóló comia tão pouco, que quasi não olhava para o prato. De noite cantou; a voz era como dizia o pae, «muito mimosa». Não obstante, esquivei-me. Sabina veiu até á porta, e perguntou-me que tal achára a filha do Damasceno.

— Assim, assim.

— Muito sympathica, não é? acudiu ella; falta-lhe um pouco mais de corte. Mas que coração! é uma perola. Bem boa noiva para você.

— Não gosto de perolas.