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A organisação geral das tropas pertencia ao general Paz.

Joaquim Soares era presidente, Pacheco y Obes ministro da guerra.

Paz partiu de Montevideo para Corrientes e Entre-Rios a fim de revolucionar estas provincias.

A primeira vez que sahiu das linhas, não sei se foi dos soldados ou dos officiaes, a legião italiana tomou tal medo que entrou para as fortificações sem haver disparado um tiro.

Obriguei um dos tres commandantes a pedir a sua demissão, dirigi uma proclamação aos italianos, escrevendo pela segunda vez a Anzani, que estava no Uruguay, empregado n’uma casa de commercio, convidando-o a vir para a minha companhia.

Este excellente amigo chegou no mez de julho.

Com elle tudo ganhou força e vida. A legião que se achava horrivelmente administrada mereceu todos os seus cuidados.

Durante este tempo tinha-se organisado, sabe Deus como, uma pequena flotilha, de que me confiaram o commando.

Mancini tomou o meu logar na legião.

A flotilha communicava pelo rio com o Cerro, fortaleza que tinha ficado em nosso poder, ainda que estivesse a tres ou quatro leguas, na margem do Prata, mais distante que o Cerrito que tinha cahido no poder de Oribe.

O Cerro era-nos mui necessario porque nos servia de ponto de apoio, para mandar gente para as planicies e receber os fugitivos.

Antes de organisar a defeza, a esquadra do almirante Brown tinha feito uma tentativa sobre o Cerro e sobre a ilha dos Ratos. Durante tres dias defendi a ilha e a fortaleza. Na ilha havia peças de 18 e de 36, obrigando o almirante a retirar-se com grandes perdas.

Já disse que á entrada de Anzani as concussões tinham acabado; porque este honrado homem em tudo tinha cuidado, e por isso se formou