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ra o inimigo e com tanta felicidade que n’um momento estava na mais completa derrota, tendo-lhe tomado uma bateria e occupado as suas posições.

Mas bem depressa voltando em massa nos atacaram.

Todas as forças da guarnição sahiram, e o combate tornou-se geral, durando oito horas.

Fomos obrigados a abandonar as posições que haviamos tomado, mas Oribe suffreu grandes perdas, e entramos em Montevideo vencedores na realidade e convencidos da nossa superioridade sobre o inimigo.

Tivemos sessenta homens feridos ou mortos.

Tinha tomado parte no combate como um simples soldado, por isso não tinha observado o que se passou em volta de mim. Entretanto no meio da confusão havia visto Anzani combatendo com o seu socego habitual, e sabia que dominando a lucta nenhum detalhe lhe havia escapado.

N’essa mesma tarde pedi-lhe uma nota de todos os que se haviam distinguido.

No dia seguinte reuni a legião, louvando-a e agradecendo-lhe em nome da Italia, e promovi alguns d’estes bravos a officiaes e a sargentos.

Depois d’estes dois combates a legião italiana tinha tomado tal influencia sobre o inimigo que quando elle a via marchar de bayoneta callada fugia, ou se acceitava o combate era sempre derrotado.

Durante estes acontecimentos Rivera tinha conseguido reunir um pequeno exercito composto de cinco ou seis mil homens, com o qual fazia frente a Urquiza, hoje presidente da republica argentina. De tempos a tempos Rivera enviava pelo Cerro mantimentos a Montevideo.

Oribe mandou uma parte do seu exercito a Urquiza, ordenando-lhe que tratasse de destruir Rivera.


IV

PASSAGEM DA BOY